Homens de todas as ocupações da vida estão debaixo de uma pressão sem precedentes. Cheios de conflitos e problemas, vivendo crises que nunca terminam. É muito comum que nós, na comunidade cristã, foquemos em demasia a força e o sucesso exterior, zombando da fraqueza e do fracasso. Se por acaso enfrentarmos dificuldades com a tentação ou o fracasso, espera-se que possamos substituí-las por vitória instantânea. E isso nos torna excessivamente vulneráveis.
A necessidade de conversar honestamente sobre questões reais que homens cristãos enfrentam nunca foi maior. Depressão, Síndrome de Burnout, estresse afetam muitos homens atualmente. Grande parte dos homens tem apresentado problemas com pecado sexual secreto ou comportamento compulsivo. Homens casados admitem ter tido caso extraconjugal, mesmo já sendo cristãos. Muitos dizem que nunca procuraram ajuda, muito embora soubessem que aquilo que estavam fazendo fosse errado. Eles se dizem envergonhados e com medo do que os outros pensariam. Várias batalhas destrutivas podem surgir na vida de um homem cristão. Como lidar com isso?
A maioria de nós não possui sabedoria. Temendo a dor envolvida, praticamente todos nós, em um grau maior ou menor, tentamos evitar os problemas e conflitos. Procrastinamos, na esperança de que eles desapareçam. Mas os problemas não desaparecem. Eles devem ser trabalhados, caso contrário, permanecerão como uma barreira ao crescimento e ao desenvolvimento do espírito. Os problemas não desaparecem, eles demandam trabalho. Se não ouvirmos a nossa dor e se não atacarmos suas causas, seremos tentados a simplesmente “bloquear” a dor. Ser honesto com nossos sentimentos – especialmente a dor, o pesar e a ira – é o primeiro e mais importante passo para interromper essa espiral descendente. A honestidade em nossa vida emocional é uma obra difícil, porém essencial para a saúde pessoal.
Um outro conflito apresentado pelos homens é o vício em adrenalina, é a ênfase em fazer, realizar e produzir. A necessidade de medicar a dor emocional. Uma falsa realidade do excesso de trabalho. Para cada atividade nova e estimulante a qual dizemos “sim”, temos de dizer “não” para alguma outra coisa, e normalmente essa outra coisa é mais importante. Além disso, temos muitas feridas que carregamos causadas pelos nossos pais, principalmente pela figura paterna. Entramos na vida adulta não apenas com a masculinidade ferida, mas também com uma dependência não sadia da aprovação das mulheres. A necessidade de aprovação vinda das mulheres pode ser tão grande que, ao enfrentar os inevitáveis conflitos que surgem com o casamento, o homem procura outra mulher que possa aprová-lo e dar-lhe a afirmação.
Jesus veio para proclamar liberdade aos presos em problemas e conflitos intermináveis. “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos […]” (Lc 4.18). É cada vez mais evidente que muitos homens cristãos não experimentam a liberdade que Jesus veio trazer. É preciso se livrar desses conflitos que atormentam e prendem. Os homens precisam de ajuda para evitar essas crises. A verdadeira mudança em nossa vida não pode ser realizada sem a ajuda de algum tipo de estrutura e de apoio centralizados em Cristo; precisamos de amigos, de mentores. A tarefa é difícil demais para ser realizada sozinha. Está na hora de enfrentarmos os nossos problemas e conflitos. Você está pronto?