Uma das que ouviam era uma mulher temente a Deus chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira. O Senhor abriu seu coração para atender à mensagem de Paulo. Atos 16.14
O apóstolo Paulo viajou uma distância de cerca de 200 km para chegar à cidade de Filipos, na Macedônia. Fez isto em obediência a uma ordem que recebeu de Deus, mediante uma visão. Paulo era acompanhado por Silas e Timóteo e tinha uma estratégia: ao chegar numa nova cidade onde ainda não houvesse cristãos, procurava a sinagoga da cidade para ali compartilhar o Evangelho.
Acontece que em Filipos, uma das maiores cidades da Macedônia, não havia sinagoga[1]. Atos 16.11-15 conta que o apóstolo e sua equipe saíram da cidade e foram encontrar um “lugar de oração” à beira de um rio.
Foi neste lugar de oração que os missionários encontraram um grupo de mulheres e conversaram com elas. Sugiro que você dê oportunidade aos presentes à sua célula para que compartilhem onde foi que tiveram o privilégio de ouvir pela primeira vez acerca do Evangelho do Reino.
O verso 14 narra que, enquanto Paulo conversava com as pessoas daquele grupo, Deus abriu o coração de Lídia, uma comerciante de púrpura da cidade de Tiatira. Aqui, “abrir o coração” significa que Lídia se converteu, foi salva.
Nossa conversa exprime o que temos no coração. O milagre da conversão de Lídia se deu enquanto Paulo e os missionários compartilhavam a mensagem. Esta é a estratégia de Deus, fazer chegar a mensagem a muitas pessoas através de nossa boca.
Deus abre o coração de quem tem sede. Observe o detalhe de que o texto conta que havia outras pessoas ali na margem do rio. Mas foi Lídia quem se converteu. Por que os corações dos outros não foram abertos naquele mesmo instante? Porque a mensagem somente surte efeito nas pessoas que “têm sede de Deus”. Em João 7.37, no último dia da Festa de Tabernáculos, Jesus ministrou sobre Ele ser capaz de matar a sede de quem vem a Ele. Nos Salmos 42.1-2 e 63.1, lemos que há pessoas que buscam a Deus com muito anseio por encontrá-lo.
O Reino se estabeleceu no coração e na casa de Lídia. Atos 16.15 conta que Lídia foi batizada e que todas as pessoas que viviam em sua casa também se converteram. Ao que parece, Lídia seria uma mulher viúva. O texto não especifica se as pessoas de sua casa eram familiares ou servos. O certo é que a vida e a família de Lídia foram transformados.
Observe no verso 15 a forma enfática como Lídia convenceu o apóstolo a estabelecer a sede do avivamento em sua casa. A partir daquele dia, a sede missionária do Reino de Deus em Filipos ficava na residência de Lídia. Deus tem um propósito tanto para com sua vida, como também para com sua família.
A hospitalidade e os anjos. Lídia mostrou uma qualidade enaltecida na Bíblia. Em Rm 12.13, há o mandamento de “praticar a hospitalidade”. Em I Tm 3.2, hospitalidade é uma das prerrogativas para ser bispo. Em I Pe 4.9, Pedro manda que sejamos hospitaleiros e que não reclamemos. Em Hb 13.2, novamente somos mandados praticar a hospitalidade. Aqui há um detalhe: quando abrimos nosso lar a tratar de pessoas (hospitalidade lembra hospital), mesmo sem sabermos por vezes, acolhemos anjos.
Conclusão: Você ouviu a Palavra e, por ter sede de Deus, o próprio Espírito de Deus abriu seu coração para que você tivesse sua vida transformada. O que aconteceu com Lídia continua acontecendo nos nossos dias. Agora, que você consagre sua família e sua casa aos propósitos do Reino de Deus. Que através de sua casa, o Reino de Jesus alcance muitas outras pessoas. Que a sua casa seja um lugar de anjos atuarem, não de demônios.
[1] Lembre-se de que até hoje, na religião judaica, sinagoga é o lugar de reunião dos judeus. As primeiras sinagogas surgiram durante o período quando os judeus ficaram exilados na Babilônia e impedidos de ter acesso ao templo em Jerusalém. Em cada cidade onde existam pelo menos dez judeus homens, é possível implantar uma sinagoga.