O conhecimento intelectual pode ser transmitido entre os homens, mas o conhecimento espiritual só pode ser adquirido pela experiência pessoal. Mesmo que eu fale das coisas de Deus, estarei transmitindo apenas conhecimento intelectual. Paulo aprendeu com Gamaliel, com Barnabé e outros, mas o que mudou sua vida e determinou as diretrizes do seu ministério foi a revelação celestial. “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei…” (ICo.11.23). Não podemos dar coisa alguma sem que antes tenhamos recebido, mas precisamos ver de quem recebemos. Tendo recebido do Senhor, não podemos reter. Devemos compartilhar conforme ele mandou.
Qual é a nossa fonte? Embora o compartilhamento mútuo da palavra e do testemunho seja importante, não podemos ser meros repetidores ou acumuladores de ensinamentos humanos. A própria bíblia, embora seja da maior importância, não pode ser a nossa única fonte. Jesus não mandou a mulher samaritana ler as Escrituras, mas disse que ele mesmo lhe daria a água viva. Devemos ler e estudar a bíblia toda, sim, mas ela não substitui a experiência espiritual com Deus que, por sua vez, sempre terá fundamento bíblico.
A espiritualidade não é simples resultado de uma leitura ou formação acadêmica, assim como a leitura de um livro de receitas culinárias não produz sabor nem nutrição. A samaritana evangelizou sua cidade, mas os moradores precisaram ir até Jesus para ouvirem diretamente a sua mensagem (João 4.39-42). De nada adiantaria uma supervalorização daquela mulher ou mesmo a sua canonização. Nenhum líder pode conduzir a igreja, a menos que tenha experiência pessoal com Deus. Diplomas, títulos e carisma não são suficientes. Moisés ouviu a voz de Deus no monte Horebe antes que pudesse falar ao povo de Israel (Ex.3). Josué precisou ouvir o Senhor, antes que pudesse conduzir o povo na conquista da terra prometida (Js.1). Qual é a nossa fonte? Nós mesmos não somos a fonte, mas apenas canais da graça de Deus.