Por favor, pare agora! Sim, é preciso parar e dar um basta a tanta intransigência, violência, discriminação e todas outras agressões que mancham de sangue e revelam o pior de seres que se dizem humanos.
É preciso perguntar a nós mesmos: onde pretendemos chegar com tudo isso? Que caminho é esse marcado pela indiferença, pelo desejo mesquinho de fechar os olhos e nos voltarmos para nossos nichos com cara de espiritualidade?
Onde se revela o ser espiritual se não em pequenas ações que demonstrem um desejo de vencer a si mesmo, de abrir mão dos próprios interesses e juntar-se à massa de discriminados, esquecidos e invisíveis, que buscam seu lugar ao sol?
Somos eficazes em nossos discursos bem construídos, eloquentes e fervorosos em argumentos que apontam os grandes culpados. Como algozes do alto de nossos pedestais, inflados e cheios de convicções, respaldados pela teoria e conhecimento, sentenciamos o pecador. Quando, na verdade, eu sou o pecador. Escondo minhas próprias mazelas em meus achismos e teorias, que me impedem de me colocar de joelhos, em posição de arrependimento.
Preciso, então, pedir perdão pelas vezes que caminhei e não enxerguei meu próximo. Perdão por vezes que não escutei o clamor, que acelerei e segui pela estrada que me conduziu a lugar nenhum.
É hora de voltar. Ainda há tempo. Me desarmar. Permitir que a transformação continue a cada nova manhã, a cada respirar, a cada raio de sol que entra pela pequena janela e me convida a despertar para um novo começo.
Deixemos de lado o cristianismo fadado ao isolamento e partamos rumo ao mar aberto de oportunidades de diálogo. Que nossos olhos se abram e a luz ilumine nosso caminho e caminhada.
Sejamos humildes, reconhecedores de nossa própria condição. Mais do que vozes, nos tornemos faróis a conduzir a embarcação ao porto seguro.