Vivemos preocupados com a possibilidade de acessos indevidos às nossas residências. Por isso, colocamos muros, grades, cercas elétricas, travas, trancas, sensores, alarmes, câmeras e cães. Mas como está nossa segurança espiritual?
Muitos se preocupam com olho gordo, feitiço e objetos consagrados, mas a nossa preocupação não deve ser com essas coisas. Há quem queira se proteger com ferradura, pé de coelho, sal grosso, rosa ungida e outros amuletos, mas precisamos saber o que a Bíblia nos ensina sobre os verdadeiros riscos e proteções. Deus disse a Caim: “O pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar” (Gênesis 4.7). Esse é o ponto principal da questão. O mal não invade nossas vidas por acaso ou sem razão, mas entra pela porta. O acesso se dá por meio de permissões e tolerâncias indevidas. Hoje em dia, as portas se abrem com um click, uma palavra, um olhar.
Está escrito: “Não deis lugar ao Diabo” (Efésios 4.27). Ele pode ser ladrão, mas não é arrombador. O ser humano decide se abre a porta ou não. Satanás não pode nos destruir, a não ser que permitamos. Deus poderia ter dito a Caim: “Deixa que eu resolvo. Colocarei todos os anjos à sua volta”. Não foi assim. Se alguém entrar na minha casa, a culpa não é da polícia. Existe uma proteção angelical ao nosso redor (Salmo 34.7), mas, quando o assunto é pecado, a responsabilidade é nossa. O pecado dá direitos a Satanás. Em seguida, sua atuação dependerá de cada caso específico, variando de opressão à possessão.
Diante dos atuais aparatos de segurança, os ladrões usam artifícios para conseguirem o acesso desejado. O intruso pode vir disfarçado, com uma roupa bonita, um sorriso no rosto e um presente nas mãos. “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (2Co 11.14). Ele oferece vantagens e prazeres.
A Bíblia diz que o Diabo entrou em Judas Iscariotes (Lucas 22.3; João 13.27). Embora estivesse perto de Jesus, aquele discípulo deu lugar ao maligno. A porta estava aberta, pois ele roubava o dinheiro das ofertas e nunca se arrependeu nem pediu perdão (João 12.6). Judas perdeu todas as oportunidades de conserto.
O inimigo pode parecer um visitante agradável, mas, depois que entra, não quer sair mais, principalmente quando é convidado em rituais de ocultismo. Ele é como um vírus invisível e letal que se instala no organismo para levá-lo à morte. Mesmo quando são expulsos, os demônios fazem de tudo para voltar (Mateus 12.43).
Portanto, feche a porta para o mal e abra para Cristo, que nos diz: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3.20). Portanto, receba-O na sua vida hoje mesmo. “A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no Seu nome” (João 1.12). Jesus limpa a casa e coloca o inimigo para fora.
Quando Deus instituiu a Páscoa, os israelitas foram ordenados a passarem o sangue do cordeiro nos umbrais de suas portas. Assim, o anjo da morte não poderia entrar em suas casas. O sangue de Jesus é a nossa proteção. Devemos evitar o pecado a todo custo, mas, se ele acontecer, a solução está no arrependimento e na confissão, antes que seja tarde (1João 1.7,9; 2.1). Nossas escolhas, decisões, palavras e ações são portas abertas ou fechadas. Escolha o bem. Escolha Cristo todo dia.